15 de novembro de 2013

As conquistas femininas e o meu direito de escolha


Por Tatiane

Recentemente, uma pesquisa revelou que a maioria das brasileiras não voltam a trabalhar ao término da licença-maternidade (http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/10/maioria-das-profissionais-brasileiras-nao-volta-apos-licenca-maternidade.html) . Com salários que, muitas vezes, não compensam custos com babá ou escolinha, creches que não tem estrutura (ou vagas!), falta de suporte da própria empresa ao não oferecer horários mais flexíveis, enfim; sem políticas que apoiem a profissional que se tornou mãe, a alternativa mais cabível a essas mulheres foi a de ser donas-de-casa em tempo integral.

Sou uma delas. Trabalhei até oitavo mês de gestação. Decisão não muito fácil de se tomar mas previamente acertada com meu marido, após muita conversa, lista de prós, contras, projetos que ficariam em stand by por um tempo.... ... Até agora, tudo tranquilo . Enfrentamos um “perrenguezinho” aqui outro ali mas felizes e satisfeitos com a nossa opção. O problema está nos outros...

Escolher passar as 24 horas do dia junto a sua cria traz à mulher o estigma de “estar na contramão das conquistas femininas”. Afinal, lutou-se tanto por igualdade entre homens e mulheres que, optar por ser uma stay-at-home mom soa como crime inafiançável para muita gente.  

É uma consideração pertinente e eu compreendo quem pensa assim. Entretanto, é preciso se colocar no lugar das mães que abandonam os empregos e entender seus motivos também.  A mulher buscou seus direitos mas o desequilíbrio entre os gêneros ainda é gritante: eles continuam ganhando mais (http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/27/pela-1-vez-em-dez-anos-diferenca-salarial-de-homens-e-mulheres-aumenta.html) – e, as mulheres saíram para trabalhar fora mas não vi nenhuma manifestação masculina pelo direito de lavar a louça (http://delas.ig.com.br/comportamento/homem-apenas-ajuda-nas-tarefas-domesticas/n1596824771480.html) . Culpa da nossa dificuldade em delegar ou da natureza deles, não importa. O fato é que acabamos acumulando funções. E olha que tenho um marido sensacional, que super colabora. Chega à noite, cansado. Não acho justo dividir as tarefas fifty-fifty.

Mesmo assim, escuto coisas do tipo: “A sua neném já está crescidinha (minha filha tem apenas um ano e três meses!) - você não vai voltar a trabalhar?” É a pergunta que mais ouço desde que a Suellen completou uns quatro meses (e a amamentação em livre demanda pela qual também somos cobradíssimas??!!). Ao que respondo: “Não. Meu marido e eu achamos, por enquanto, que esse é o melhor caminho para nós”. Cara de espanto. “Mas você estudou tanto, sempre trabalhou...” 

Isso é importante e eu não me reconheceria sem as oportunidades de estudo e trabalho que tive. Mas agora vivo um outro momento:  o de acompanhar cada passinho da minha filha, de leva-la ao pediatra nos dias certos, de brincar com ela, vê-la acordar, passar por cada fase do seu desenvolvimento tentando deixa-la o mais feliz e confortável possível, de educá-la conforme os princípios em que acredito, de fazer passeios familiares a qualquer chance (em vez de negar todo convite para lazer diante da exaustão causada pela jornada tripla a que as mulheres se submetem - aquelas que não engrossaram as estatísticas da pesquisa que citei no início do post).

Entendam, por favor, que não estou aqui para criticar as mães que trabalham fora. Ao contrário;  eu as admiro e as respeito profundamente. Tenho amigos e conhecidos frutos de mães nesse perfil que se tornaram adultos ajustadíssimos, bem sucedidos (embora, vez ou outra, falem com certo ressentimento da falta que elas fizeram em apresentações escolares e/ou por ter de pegar conduções sozinhos ainda pequenos). Meu objetivo aqui é mostrar que abrir mão (pelo menos temporariamente) de uma carreira de modo a priorizar  a participação mais intensa na vida de um filho pode ser muito recompensador, e não frustrante (e até errado!), como é amplamente difundido.

Se é fácil? Evidentemente que não. Administrar um lar com filho pequeno não é nenhum piquenique. É uma correria só. Mas é gostoso, acreditem; só vivenciando para saber... Se um dia eu voltarei ao mercado de trabalho? Talvez (desde que isso não prejudique o convívio familiar). Se a ideia de nunca mais trabalhar como antes me assusta? Sem dúvida. Se eu tenho receio de essa não ter sido a melhor decisão em prol de uma vida em família mais próxima do que Cristo estabelece? Aí, eu respondo com todas as letras: NÃO! Sabe por que? Porque, como cristã, sigo (ou tento seguir) a Bíblia e ela me diz lá em Provérbios 31 (sim, a mulher virtuosa novamente) que nós mulheres somos multitarefa e que Deus nos capacitou para sermos bem sucedidas em diversas áreas desde que não negligenciemos nosso bem maior - a família! 

E o que se tem visto, atualmente, são mulheres estressadas, trabalhando tanto, correndo tanto o dia todo que, A-CA-BA-DAS, usam o restinho de pique para colocar a casa em ordem. Não sobra tempo nem ânimo para estar com o marido e educar filhos no caminho em que devem andar (Provérbios 22:6). O tênis de marca, os celulares e toda a parafernália tecnológica de ponta estão garantidos. Afeto, atenção e carinho, porém, ficam em último plano.

Claro que tem mulheres que realmente trabalham para não faltar o básico. Mas essas, geralmente, arrumam um tempinho para a família porque não trabalham para mostrar a sociedade o que não são. Se algo sai do prumo, elas não ficam se martirizando, perguntando onde erraram pois valorizaram o que precisava ser valorizado.

É preciso ter cuidado para não ficarmos presas ao que a sociedade nos impõe como certo pois pode acontecer o que a preletora Helena Tannure ilustra na sua pregação sobre o papel da mulher (http://www.youtube.com/watch?v=tTBXukv1-vs): “Essa mesma sociedade que obriga a mulher a trabalhar sob pena de ter uma família negligenciada é a mesma que vai cobrar seu papel de mãe quando/se o filho der problema...”. Né?
Que o Senhor possa nos abençoar.

Um comentário:

  1. belo texto Tati, é fato, hoje vemos crianças mal amadas, pois não tiveram o aconchego do lar, o carinho o afago de seus pais, crescendo recalcadas e frias, frequentando as creches e babás da vida... assino em baixo, Deus abençoe, que vcs consigam criar a Suellen no aconchego no seio familiar, e sei que Deus quer assim...., beijão amo vcs

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